EDUCAçãO

Na sexta-feira, 24, o Circuito Educação chegou ao munícipio de Cutias do Araguari para alinhar estratégias junto à prefeitura e escolas municipais e estaduais pela alfabetização na idade certa, com o apoio do Programa de Aprendizagem do Amapá (Paap), ação do Colabora Amapá. O Circuito visa estreitar e fortalecer as relações do Estado com os 16 municípios pela Educação e já passou por Mazagão e Santana, este ano.  

A equipe da Secretaria de Estado da Educação (Seed) percorreu as unidades de ensino de Cutias e dialogou com alunos, professores e gestores escolares sobre às necessidades locais e o desenvolvimento do Paap na região. Três escolas foram visitadas: Escola Municipal Regina Telma, localizada na comunidade de Gurupora; Escola Municipal Professora Alice Pimentel e Escola Estadual Lourimar Simões Paes, ambas na cidade. 

A professora Cleide Coelho dos Santos trabalha há mais de 10 anos na escola Regina Telma. Ela leciona para estudantes repetentes do 3º ano do ensino fundamental. Muitos têm dificuldades para ler e fazer operações simples de matemática, porém, esse cenário está mudando com o reforço da aprendizagem ofertada pelo Paap.  “Os materiais didáticos do programa estão fazendo a diferença em sala de aula, por se tratar de um material adaptado a realidade do aluno. Eu me sinto desafiada e incentivada, pois com a didática e formação do Paap estamos superando esse problema”, disse a professora.  

A proposta é realizar o acompanhamento e dar suporte para as formações dos professores para a implantação da rotina de monitoramento da aprendizagem dos alunos do 1º ao 5º ano do fundamental, tanto da rede municipal quanto estadual. Com o monitoramento, é possível fazer uma avaliação diagnóstica para saber o nível de aprendizagem dos estudantes por escola. “Somente na rede municipal, temos mais de 800 estudantes matriculados no Ensino Fundamental 1, público-alvo do Paap. Estamos apoiando a formação dos professores e fortalecendo o programa em Cutias”, frisou a secretária municipal de educação, Eli Jovane Monteiro. 

O prefeito de Cutias, Raimundo Amanajás, destacou que a prefeitura está totalmente envolvida com a causa da educação. “Estamos aqui para abraçar esse programa. Eu sou professor e pedagogo, e sei da importância da educação para a transformação social. Não podemos trabalhar de maneira isolada. Estado e municípios precisam ficar unidos por mais educação para os nossos estudantes”, pontuou o gestor. 

A secretária de Estado da Educação, Goreth Sousa, avaliou à visita ao município de Cutias como um exemplo de como o regime de colaboração entre o Estado e os municípios é o melhor caminho para fazer a diferença e construir uma educação de qualidade no Amapá. “Vi professores entusiasmados com o método de ensino do Paap e alunos utilizando os materiais didáticos. Estamos cada vez mais integrados, daremos mais formação continuada aos professores, e vamos conseguir atingir a melhoria dos resultados educacionais”, finalizou. 

O Amapá vai poder avaliar como está o nível de aprendizado dos estudantes que estão entrando no ensino médio da rede pública estadual e, também, qual será a diferença de desempenhos se eles tiverem um ensino médio integral ou parcial. Esses e outros dados serão levantados na avaliação de impacto do Programa de Fomento à Implantação das Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), realizado pelo Ministério da Educação (MEC).

A avaliação terá duração de três anos, de 2019 a 2021, e ocorrerá em quatro escolas da rede estadual: Lucimar Amoras Del Castillo, Carmelita do Carmo, Sebastiana Lenir e José do Patrocínio - duas de ensino integral e duas de ensino parcial, respectivamente. As escolas foram escolhidas por meio de sorteio, com base na Portaria MEC nº 1.023/2018, que estabelece diretrizes, parâmetros e critérios para a realização de avaliação de impacto EMTI e seleção de novas unidades escolares para o programa.

O estudo possui caráter amostral e longitudinal, e é organizado em quatro etapas.  A primeira é uma avaliação diagnóstica que está sendo aplicada nesta quarta e quinta-feira, 22 e 23, somente aos estudantes da 1ª série do ensino médio das quatro escolas. São testes de matemática e de língua portuguesa e um questionário socioeconômico.

A segunda será o estudo experimental EMTI, que acontecerá no fim de 2019 e avaliará como os estudantes estão saindo da 1ª série. A terceira e quarta etapas, chamadas de Avaliação Somativa, contarão com a participação desses mesmos grupos de estudantes, em 2020 e 2021.

A coordenadora da equipe de implantação de Educação em Tempo (ETI) da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Carla Beatriz Carvalho, considera a avaliação do MEC uma iniciativa surpreendente e inédita, pois é a primeira vez que será analisado o impacto de uma política pública da educação, no caso, a implementação do ensino integral no país. Os resultados medirão a qualidade do aprendizado, rendimento escolar e redução de desigualdades entre alunos, além de medir outros impactos.

“Como não temos uma avaliação interna do nosso sistema de educação, podemos usar esses resultados para ter um diagnóstico de como os estudantes da rede pública do Amapá estão chegando ao ensino médio, ou seja, como eles saem do fundamental. Desta forma, podemos também direcionar as nossas políticas para o ensino fundamental”, destacou Carla Beatriz.

No Brasil

14 estados fizeram adesão à Portaria MEC nº 1.023/2018 e estão participando desta avaliação de impacto. Os resultados garantirão um diagnóstico do ensino médio em tempo integral em todo o país, fornecendo indicativos sobre a qualidade do ensino ofertado e subsidiando a formulação de políticas públicas para a educação. A proposta é para que, em futuro próximo, haja diretrizes claras e respaldadas em fundamentos científicos para guiar a política educacional.

Nesta quinta-feira, 9, o Circuito Educação chegou à Santana, segundo município mais populoso do Estado,  para tratar sobre o Programa de Aprendizagem do Amapá (Paap), uma das ações do Programa Colabora Amapá – Eixo Educação. O objetivo é fortalecer o regime de colaboração entre o poder estadual e municipal para alfabetizar, com eficiência e qualidade, os mais de 12 mil alunos matriculados do 1º ao 5º do ensino fundamental nesta rede municipal de ensino.

A secretária de Estado da Educação, Goreth Souza, foi recebida pelo prefeito da cidade, Ofirney Salada, pela secretária municipal de Educação, Carmem Queiroz, e sua equipe técnica, na Prefeitura Municipal de Santana. Na oportunidade, foi destacado a necessidade dos 16 municípios amapaenses, principalmente o segundo com maior população do Estado,  se integrarem ao Paap, estratégia que vai transformar o Amapá no maior estado alfabetizador do Brasil.

“O governo já investiu em material didático para todas as escolas que trabalham do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, bem como está dando formação continuada aos professores. Há muitos ganhos na aprendizagem do estudante e não vamos perdê-los. Temos que evitar a evasão escolar e proporcionar que o estudante aprenda na idade certa. O Estado tem que apoiar o município”, frisou Goreth Sousa.

A secretária municipal de Educação de Santana, Carmem Queiroz, informou que dos mais de 400 professores da rede, cerca de 95% já estão formados pelo Programa de Aprendizagem do Amapá. A expectativa agora é avançar cada vez mais, com uma responsabilidade maior, e envolver bem os gestores e professores da área.

“Precisamos de um apoio maior para a equipe, pois podemos fazer a diferença no processo de ensino aprendizagem da alfabetização da criança, no letramento. Essa parceria vai fortalecer o aprendizado do aluno”, sublinhou Queiroz.

O prefeito de Santana, Ofirney Sadala, considerou que agora, após o acesso ao material didático do Paap, é essencial qualificar bem os professores, para que eles desempenhem um excelente trabalho em sala de aula, com os materiais didáticos. “Temos que trabalhar essa parceria entre governo e prefeitura, compartilhar transportes, principalmente nas zonas rurais, e compartilhar conhecimento, informações e profissionais para que a gente possa ver o Estado do Amapá, como um todo, um grande desenvolvimento na área da Educação”, pontuou Sadala.

Nesta quinta-feira, 2, a equipe técnica da Secretaria de Estado da Educação (Seed) recebeu duas representantes do movimento Profissão Professor - iniciativa da sociedade civil dedicada à valorização e profissionalização da carreira docente. A reunião serviu para fortalecer laços e estudar uma possível parceria que vai beneficiar e integrar, principalmente, os professores da rede estadual de ensino.

Caroline Tavares e Karin Kaori vieram ao Amapá participar da reunião com a equipe da Seed. O projeto visa provocar uma mudança estruturante nas políticas docentes, pensando desde as atratividades da carreira, até a remuneração e a rotina de trabalho. O movimento é apoiado pela Fundação Lemann, Fundação Telefônica, Instituto Natura, Instituto Península, Instituto Unibanco e Itaú BBA e Itaú Social.

Todas as ações foram pensadas com base em diversas pesquisas, a mais recente foi um levantamento realizado em 2018, pelo Ibope Inteligência, com professores da educação básica de todo o país. Os resultados colhidos com mais de 2 mil profissionais, tanto da rede pública quanto da privada, foram bem significativos.

“Na pesquisa queríamos descobrir quais motivos fizeram os professores escolher a profissão e quais são os empecilhos encontrados. E o mais chocante é que 49% dos professores brasileiros responderam que não indicam a sua profissão para ninguém. Os motivos são condições de trabalho que não são adequadas, acreditam que não são valorizados pela sociedade e também consideram o salário baixo”, contextualizou Tavares.

A pesquisa também apontou as medidas mais eficazes para valorização da profissão docente pela sociedade. As mais votadas são: dar mais oportunidades de qualificação para os que já estão atuando nas escolas; envolver e escutá-los nos debates públicos e decisões sobre políticas educacionais; restaurar a autoridade e respeito pela figura do professor frente aos estudantes e familiares dos alunos; pagar melhor todos os professores e, também, remunerar pelo mérito aqueles que demonstram mais comprometimento com a profissão.

Agora, após absorver todos os dados e o conhecimento necessário sobre o tema, o Profissão Professor quer escolher duas ou até três redes de ensino para desenvolver ações, construídas em conjunto com os professores, que transformem a qualidade das políticas docentes, a fim de que estejam mais engajados, preparados e com boas condições de trabalho, e resultando, desta forma, em melhores aulas para os estudantes.

A secretária de Estado da Educação, Goreth Sousa, já sinalizou que a Seed tem interesse em participar do projeto e quer fortalecer essa parceria.  “Queremos dar um novo passo e acolher o professor. Levar para ele a formação e a informação necessárias. Fazê-lo sonhar com algo diferente para a profissão dele. E essa iniciativa pode nos ajudar muito”, sublinhou a gestora, destacando que haverá uma nova reunião com os representantes do Profissão Professor e os técnicos da Política Educacional da instituição.